Ao final de 6 meses o fruto amadurece e passa de verde a amarelo alaranjado. A
apanha do fruto é manual e cuidadosa para não danificar os ramos. De cada fruto
resultam perto de 20 a 50 favas cobertas por uma polpa branca e consistente.
As favas são recolhidas e deixadas a fermentar em grande panos aos sol ou cobertas
com folhas de bananeira, durante 5 a 7 dias, remexendo-as a cada 48h para conseguir
uma fermentação uniforme.
A fermentação vai eliminar parte da humidade e a possibilidade de germinação do
cacau durante a viagem até aos centros de processamento. As favas passam do bege a
púrpura e desenvolvem substâncias que vão ser decisivas no sabor e aroma.
Após a fermentação as favas são secas ao sol durante mais ou menos 6 dias, para
eliminar a humidade e processo de fermentação para depois se armazenarem.
Logo que estão secas as favas são transportadas para um centro de recolha ondes são
avaliadas. É recolhida uma amostra de cada produtor, avaliadas as características do
seu sabor, aroma, cor, textura e catalogadas consoante a qualidade do produto.
Após pesadas e embaladas em sacas a qualidade e a origem das favas está assegurada.
Um segundo controlo de qualidade é ainda feito nos grande entrepostos e a sua
origem é registada, ficando a aguardar a expedição para as fábricas.
Na chegada à fábrica as favas são de novo avaliadas pelas suas características e
misturadas consoante o objetivo. As favas africanas, por exemplo são conhecidas pelo
seu corpo e aroma base que dão ao chocolate, as favas americanas e asiáticas por seu
lado dão ao chocolate um aroma mais refinado.
As favas são depois limpas de todas as impurezas, pedras, areia, madeiras, folhas, etc.
e colocadas a secar o que vai ajudar a retirar a casca que as envolve.
Na fase seguinte, a tostagem, as favas vão desenvolver e realçar o seu sabor, eliminar
ácidos voláteis e substâncias adstringentes, reduzir o conteúdo de água a 1-2% e
destruir as enzimas responsáveis pela degradação da manteiga de cacau.
Uma vez tostadas as favas prepara-se a pasta de cacau. Graças ao seu rico conteúdo
em matéria gorda e pelo efeito do calor, esta massa converte-se numa textura
parecida com o chocolate que conhecemos, o licor de cacau.